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Ophir Loyola promoveu diversas ações para alertar sobre câncer que mais vitimiza mulheres no planeta

Programação encerrada nesta quinta-feira(31), contou com palestras, depoimentos, serviços e mutirão de reconstrução mamária

31/10/2024 às 20h15
Por: Toinho Alves Mtb 2132/PI Fonte: Secom Pará
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Referência em Oncologia na região Norte do País, o Hospital Ophir Loyola (HOL) realizou, durante o Mês Rosa, uma programação alusiva para conscientizar os diferentes públicos sobre o câncer de mama. As ações foram promovidas nos setores como ambulatório, clínicas de internação e quimioterapia para alertar e esclarecer dúvidas de pacientes e acompanhantes sobre os fatores de risco da doença que mais mata a população feminina no mundo.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 73.610 novos casos até 2025, com uma taxa de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres, e 18 mil mortes. Até o final de 2024, o Pará deve registrar 1.200 casos novos, com uma taxa bruta de 22,83 casos a cada 100 mil habitantes. Atualmente, somente o HOL, Centro de Alta Complexidade em Oncologia, tem aproximadamente 1.040 pacientes em tratamento, a maioria com idade a partir dos 53 anos e oriundas dos 144 municípios paraenses e estados vizinhos.

O autoexame não é capaz de detectar tumores de até 1 cm, portanto é mais recomendado como método de rastreamento pelo Ministério da Saúde (MS) e Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), porém ainda é uma maneira da mulher reconhecer o próprio corpo e monitorá-lo no intervalo entre as consultas. É o caso de Maria de Nazaré Valadares, 66 anos, cujo nódulo não podia ser sentido através das mãos, somente a mamografia foi capaz de detectar o tumor.

“Foi um susto porque eu não sentia nada, inicialmente não fiquei triste quando recebi o diagnóstico, mas fiquei muito pensativa quando deitei para dormir, eu me dei conta que estava com uma doença ruim. Eu vou me tratar, pensei. Retirei a mama esquerda e naquela época precisava esperar para fazer a reconstrução, então não quis entrar na lista, não queria passar por todo o processo da cirurgia novamente”, contou Maria.

A doença evoluiu com metástase, mas hoje Maria já não tem foco de câncer no organismo. “Eu encaro tudo com leveza, procuro dar forças para outras mulheres que estão passando pela mesma situação, sou uma lutadora”, disse a paciente que hoje faz acompanhamento a cada 20 dias. “Sempre falo para outras mulheres fazerem a mamografia mesmo se não sentirem nada nas mamas.”

O exame clínico é fundamental e deve ser realizado por médicos e enfermeiros. Porém, caso a mulher identifique nódulos, feridas, abaulamentos, aspecto de casca de laranja na superfície mamária, um ginecologista ou um mastologista deverá ser consultado.

Segundo a mastologista do HOL, Juliana Carvalho, a doença ocorre a partir da multiplicação desordenada das células da mama e somente cerca de 10% dos casos têm origem genética, os outros 90% estão relacionados ao estilo de vida. “O sedentarismo, a má alimentação, o tabagismo, a obesidade e o tempo prolongado aos hormônios femininos são os principais fatores de risco. O estudo da epigenética mostra que a mulher com diagnóstico de mutação genética pode prevenir esse tipo de neoplasia com mudanças de hábitos.”

“É preciso informar a população que não existe dose segura para o consumo de bebidas alcoólicas, o álcool causa tanto doenças cardiovasculares quanto oncológicas. Também é importante destacar a importância do exercício físico, mesmo em vigência do tratamento do câncer de mama, radioterapia ou quimioterapia, a mulher deve manter a atividade física. Para prevenir a doença, é recomendado 150 minutos de exercício físico por semana”, orientou Juliana Carvalho.

O rastreamento é indicado conforme a idade e os fatores de risco apresentados pela paciente. “As Sociedades Médicas indicam a mamografia a partir dos 40 anos, enquanto o MS preconiza a partir dos 50 anos. Aquelas pacientes com histórico de câncer em parentes de primeiro grau (pai, mãe e irmãos) devem começar os exames dez anos antes da idade em que esse parente apresentou a doença. Mas se o familiar teve câncer muito jovem, os exames devem ser feitos a partir dos 35 anos. A recomendação é aos 25 anos para mulheres com mutação genética.”

Programação- As ações do Outubro Rosa ajudaram a reforçar as recomendações médicas, orientar e resgatar a autoestima das pacientes. O mutirão de reconstrução mamária fez a diferença na vida de 28 mulheres mastectomizadas que esperavam pela reconstrução mamária tardia - quando não há indicação da cirurgia de forma imediata por motivos clínicos.

Na última terça-feira (29), a Divisão de Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalho (DSAT) ofertou serviços de estética, como massagem, designer de sobrancelhas, corte de cabelos, limpeza de pele, SPA de pés e maquiagem para todo o público feminino do hospital. A Ouvidoria, em parceria com equipe de Ambulatório de Especialidades, Humanização, Serviço Social e Voluntariado, proporcionou um dia de palestras educativas para fortalecer as recomendações, promover bem-estar, cuidados com a autoestima e orientar sobre direitos e deveres das pacientes.

“A Ouvidoria é um instrumento de gestão de participação social. É um canal que recebe as manifestações para garantir os direitos fundamentais dos cidadãos e o enxerga como fiscal do bem público, dos serviços voltados à população. Então, a programação vem esclarecer a importância dessa participação no hospital”, disse o ouvidor, Mateus Duarte.

A assistente social, Marta Pamplona, discursou sobre os direitos sociais da pessoa com câncer e a efetivação de políticas de proteção social. “Além do auxílio-doença, existe o benefício de prestação continuada para que possam dar seguimento ao tratamento após o afastamento das atividades laborais. O Tratamento Fora de Domicílio (TFD) também deve ser concedido pelos municípios quando não é ofertado a terapia no local onde esse paciente reside, assim como outros direitos como procuração e curatela, todos são direitos adquiridos a partir do diagnóstico”, disse.

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